Teste do Pezinho

O que é? Quando coleta?

O teste do pezinho é realizado através da coleta de gotas de sangue do calcanhar do recém-nascido, geralmente entre o 3º e o 5º dia de vida.

É uma triagem, ou seja, um teste inicial para detectar doença precocemente, e é importante desde já ressaltar que não faz diagnóstico apenas a suspeita de doença. Se alterado, deve ser coletado exames específicos.

Quais os tipos de teste do pezinho?

Existem várias opções do teste do pezinho, que variam conforme o número de doenças que podem detectar.

É uma triagem neonatal essencial que se divide em várias versões, aumentando progressivamente o número de doenças detectáveis:

Teste do Pezinho Básico

É a versão padrão e obrigatória em todo o Brasil, realizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Detecta seis condições:

• Fenilcetonúria: um distúrbio metabólico que pode causar problemas intelectuais se não tratado.

• Hipotireoidismo Congênito: deficiência de hormônio tireoidiano, que pode levar a problemas de crescimento e desenvolvimento mental.

• Hemoglobinopatias (como Anemia Falciforme): doenças que afetam os glóbulos vermelhos.

• Fibrose Cística: uma doença genética que afeta principalmente os pulmões e o sistema digestivo.

• Hiperplasia Adrenal Congênita: um grupo de distúrbios genéticos que afetam as glândulas suprarrenais.

• Deficiência de Biotinidase: sem tratamento, pode causar problemas neurológicos e cutâneos.

Teste do Pezinho Ampliado

Além das doenças detectadas pelo teste básico, esta versão pode identificar outras condições, como a galactosemia, uma doença metabólica que afeta a capacidade do corpo de processar o açúcar simples galactose.

Teste do Pezinho Plus ou TANDEM

Varia de acordo com o laboratório, podendo detectar entre 10 a 40 doenças. Inclui distúrbios metabólicos adicionais, deficiências enzimáticas e outras condições genéticas. (ex. erros inatos do metabolismo)

Teste do Pezinho Master ou Super ou Completo

É o mais completo de todos, capaz de identificar mais de 50 doenças. Abrange uma gama extensa de distúrbios metabólicos, genéticos e até mesmo algumas infecções congênitas. (ex. mucopolissacaridose, imunodeficiências congênitas, atrofia muscular espinhal, toxoplasmose congênita, e alterações de metabolismo de lipídios). Esse teste é altamente recomendado para oferecer uma visão abrangente da saúde do neonato, possibilitando intervenções precoces em uma variedade maior de condições.

Cada versão do teste do pezinho tem o potencial de proporcionar um impacto significativo na qualidade de vida do bebê, permitindo o diagnóstico e o tratamento precoces de diversas doenças.

Importante frisar que a lista de doenças pode variar dependendo do laboratório e dos avanços tecnológicos.

A escolha da versão depende de vários fatores, incluindo recomendações médicas, disponibilidade e decisão dos pais com base em informações sobre a importância e os benefícios de cada teste.

Após a coleta, o sangue é aplicado em um papel filtro específico e enviado para análise em laboratório.

E o resultado do teste do pezinho? O que faz depois?

Os resultados geralmente ficam prontos em até 30 dias e são fundamentais para o diagnóstico precoce, possibilitando o tratamento imediato de condições que, se não tratadas, podem causar problemas graves de saúde.

Os pais são notificados pelo médico ou pela instituição onde o teste foi realizado, especialmente se há alguma alteração que demande atenção.

O teste da orelhinha

O teste da orelhinha, conhecido também como triagem auditiva neonatal, exame de emissões otoacústicas ou simplesmente EOA, é um método rápido, simples e indolor para avaliar a capacidade auditiva do bebê. Realiza-se colocando um pequeno fone no ouvido do bebê, que emite sons. Se houver retorno desses sons (emissões otoacústicas), o teste é considerado normal. Caso contrário, investigações adicionais são necessárias para investigar alterações sensório neuronais. Esse exame é importante pois a detecção e intervenção precoces em casos de deficiência auditiva são cruciais para o desenvolvimento da linguagem e da comunicação da criança. Geralmente, o teste da orelhinha é feito ainda na maternidade, antes da alta hospitalar, ou em centros especializados.

Outros testes de triagem neonatal

Além dos testes do pezinho e da orelhinha, existem outros exames cruciais realizados nos primeiros dias de vida do bebê:

Teste do Reflexo Vermelho

Conhecido como "teste do olhinho", é um exame simples que avalia a presença de catarata congênita, glaucoma, retinoblastoma (um tipo de câncer de olho) e outras anormalidades oculares que podem levar à cegueira. Utiliza-se uma fonte de luz para observar o reflexo na retina do bebê. Um reflexo vermelho uniforme geralmente indica que os olhos estão normais. Caso contrário, são necessárias investigações adicionais.

Teste do Coraçãozinho (ou Teste da Oximetria de Pulso)

Visa detectar precocemente doenças cardíacas congênitas críticas. O teste utiliza um oxímetro, um dispositivo que se prende ao pé do bebê para medir os níveis de oxigênio no sangue e a frequência cardíaca. Se os resultados estiverem fora dos parâmetros normais, são indicados exames adicionais para um diagnóstico preciso.

Teste da Linguinha

Oficialmente chamado de Triagem Neonatal para Anquiloglossia, este teste verifica a presença de freio lingual curto ou anquiloglossia, que pode interferir na amamentação, na fala e na respiração do bebê. O exame é feito por meio da avaliação visual e tátil da mobilidade e da inserção da língua do recém-nascido. Se detectada alguma limitação, pode-se recomendar procedimentos corretivos simples para resolver o problema.

Precisa disso tudo?

Cada um desses testes é essencial para assegurar que o bebê tenha o melhor começo de vida possível, identificando e tratando precocemente condições que poderiam afetar seu desenvolvimento e qualidade de vida. Os resultados desses exames complementam as informações obtidas pelo teste do pezinho, proporcionando uma visão abrangente da saúde neonatal. Os pais são informados sobre os resultados e as etapas subsequentes, se necessário, por profissionais de saúde capacitados, garantindo acompanhamento e intervenções adequadas.

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